"Charcos Temporários: um habitat natural a proteger!"

LIFE Charcos conserva sementes para o futuro! (parte 1)

> O Projeto LIFE Charcos está a armazenar sementes das plantas dos charcos temporários na Universidade de Évora como forma de salvaguarda deste importante património genético.

 

Os bancos de germoplasma são infraestruturas científicas que visam a conservação ex-situ1 de plantas. A forma como o fazem é através do armazenamento de sementes, ADN, tecidos ou outras partes de plantas que conservadas a baixas temperaturas possibilita a sua salvaguarda por períodos mais ou menos longos. Desta forma, assegura-se a conservação da diversidade genética de populações de plantas e permite também o fornecimento de material para a investigação e para ações de restauro e recuperação de habitats.

Os bancos de germoplasma são ainda considerados opções de conservação preventiva, funcionando como um seguro contra ameaças futuras, situação particularmente importante em espécies com populações pequenas ou muito localizadas. Efetivamente, este recurso pode permitir a reintrodução ou o reforço populacional em situações extremas de populações em risco de extinção.

O Projeto LIFE Charcos visa a conservação dos Charcos Temporários Mediterrânicos, considerados um habitat prioritário pela Diretiva Habitats (habitat 3170* do Anexo I). Os charcos temporários tem uma composição florística adaptada às condições ecológicas extremas que os carateriza. A peculiaridade das espécies destes ecossistemas provém do seu grau de especialização, e dos diferentes mecanismos adaptativos que desenvolveram, para poderem tolerar e sobreviver à secura e também à submersão. Além disso, as plantas características dos charcos asseguram os micro-habitats essenciais à sobrevivência de diversos animais, tais como os crustáceos macroinvertebrados, anfíbios, répteis, entre outros.

Apesar do Projeto LIFE Charcos ter como principal objetivo a conservação in-situ deste habitat natural (ou seja, no local de origem), e por conseguinte toda a biodiversidade que dele depende, também pretende garantir a salvaguarda da biodiversidade florística como medida complementar, através da conservação ex-situ1 do património genético das plantas dos charcos, nomeadamente, um banco de sementes na Universidade de Évora.

Este banco de sementes pretende constituir um repositório de germoplasma das espécies autóctones de charcos temporários, constituindo também uma ferramenta de conservação disponível para utilização em futuras ações de restauro do habitat.

Está ainda contemplada a distribuição de duplicados das sementes por outros bancos de germoplasma, cooperando assim com outros projetos mundiais de conservação de plantas e maximizando o potencial de salvaguarda deste património natural.

 Veja a sequência dos trabalhos nas imagens seguintes:

 Recolha de sementes - fotografia de Carla Pinto Cruz


Sementes no laboratório para processar - fotografia de Luís Sousa


Limpeza de sementes com peneiros - fotografia de Luís Sousa

 

Limpeza de sementes com soprador - fotografia de Luís Sousa


Limpeza manual de sementes - fotografia de Carla Pinto Cruz

 

Secagem das sementes - fotografia de Luís Sousa


Armazenamento de sementes - fotografia de Luís Sousa


Banco de germoplasma - fotografia de Carla Pinto Cruz


1 Conservação ex situ, que significa literalmente, conservação fora do lugar de origem, é o processo de proteção de espécies em perigo de extinção, nomeadamente de plantas e animais, pela remoção de parte da população do habitat ameaçado e transportando-as para uma nova localização que permita a sua salvaguarda. Além dos bancos de germoplasma, também os programas de reprodução em cativeiro para posterior reintrodução na natureza, como está a acontecer com o lince-ibérico, são exemplos de conservação ex situ.


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